Medicina Integrativa

Volta às aulas e Pandemia

Volta às aulas e Pandemia 1080 1080 draluciane

“O papel das crianças na pandemia ainda é um enigma”. Esse é o título de um estudo publicado na Science vol.368, edição 6491 em 08 de maio de 2020, que traz em discussão a volta às aulas. Há alguns dias países da Europa retomaram às aulas com algumas medidas como os alunos estarem sentados com um distanciamento maior uns dos outros. Mas qual a forma ideal de lidar com volta às aulas e Pandemia?

Todos sabemos que crianças são ótimas para “capturar e compartilhar” germes, e que  vírus respiratórios adoram crianças,  mas com o COVID-19 é assim? 

As  evidências que os estudos mostram até agora não são suficientes para nos dar segurança de que com o COVID-19 pode ser diferente, mas abre uma boa probabilidade que teremos que confirmar e talvez essa confirmação, ou não, seja breve, dada pelas observações dos países onde as crianças retornaram às  aulas. 

Se as crianças forem grandes disseminadoras do vírus, novos casos podem surgir em semanas nos países que reabriram suas escolas. Caso contrário, os pais e os formuladores de políticas públicas podem optar com maior tranquilidade ao retorno às aulas com algumas reformulações e mantendo cuidados de higienização. Contudo agora continuamos uns observando os outros.☺️

Diretrizes provisórias  para  a prevenção de COVID-19

Foi publicado no Chinese Journal of Epidemiology, em 09 de maio de 2020, as Diretrizes provisórias para a prevenção de COVID-19 aplicáveis às escolas primárias e secundárias, além de universidades, e que considerei interessantes.

  • Os alunos devem evitar transportes públicos, na necessidade de transporte público levar máscara sobressalente e sentar em local ventilado, evitar contato menor de 1 metro no interior do transporte.
  • Lavar as mãos ao sair do veículo e evitar tocar em “bens públicos”. 
  • Evitar contato das mãos em rosto. 
  • Sintomas respiratórios tipo resfriado e gastrointestinais devem sempre ser questionados nas escolas e na presença dos mesmos, alunos e professores devem ser encaminhados a serviço médico. 
  • Automonitoramento nas instituições e nas famílias é importante!
  • Crianças que apresentarem sintomas acima citados não devem ser admitidas na escola. É importante o comprometimento das famílias. 
  • As áreas de alimentação devem ser devidamente higienizadas antes e depois do uso, todos devem manter o distanciamento. 
  • Apoio psicológico e abordagens claras sobre as medidas devem ser elaboradas.
  • As janelas das salas devem ser mantidas abertas por pelo menos 3x ao dia por 30 minutos cada,
  • A higienização deve ser sempre reforçada em mãos e locais de permanência 
  • Aulas ao ar livre mantendo distanciamento e higienização podem ser estimuladas.
  • Estudantes, professores, colaboradores e pais devem ter um trabalho conjunto de conscientização sobre higienização e sintomas suspeitos.

Os benefícios para a volta às aulas são claros no sentido de educação, saúde física e mental das crianças,  se é que podemos separar (física/mental).

Meu dia a dia como mãe e médica  em quarentena me mostra claramente o quanto as crianças se tornam mais ansiosas, comem mais desnecessariamente, “a fome de algo que não é o alimento” e nem estou computando aqui a exposição maior aos aparelhos eletrônicos, até mesmo por conta de aulas online.

Tenho duas crianças em casa e claramente tenho muito mais receio de um prolongamento da quarentena para eles do que da volta às aulas.

Minha preocupação como médica é muito mais com o pós pandemia, do que com a pandemia nesse momento, acredito que a quarentena foi muito importante. Nós paramos e observamos, aprendemos algumas coisas e possibilitou o preparo de outras para nossa segurança. Mas agora precisamos ser novamente racionais, observar nossas particularidades e possibilidades, sem esquecer o todo. O país precisa voltar a funcionar economicamente ou teremos muito mais mortes e doenças “anônimas” sem o destaque COVID-19 que poderemos imaginar.

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Estudo há mais de 20 anos saúde e doença com foco em prevenção e vejo um abismo, caso  não estejamos  atentos ao que tem acontecido para ter a chance de realizar escolhas  racionais.

Aproveitar o espaço escolar para discutir medos, mitos e verdades sobre a pandemia pode ser muito saudável para que todos retomem suas vidas aos poucos. Para isso os profissionais de educação devem estar preparados.

Nosso  país apresenta uma diversidade grande em muita coisa, inclusive no setor educação dificultando uma medida uniforme de volta às aulas. Escolas particulares com menor número de alunos por classe e espaço físico externo saem na frente para adaptações necessárias na pandemia.

A escola é e deverá continuar sendo um espaço de aprendizado e crescimento e essa pode ser uma oportunidade para discutir deveres, obrigações, respeito ao próximo, compaixão, autoconhecimento, gerenciamento de estresse, limites e possibilidades, além de matérias curriculares normais.

 

O que você precisa saber sobre câncer de intestino

O que você precisa saber sobre câncer de intestino 4501 4501 Flávia Reis

Em fevereiro deste ano, o Instituto Nacional do Câncer  (INCA) apresentou uma estimativa de tumores malignos para  2020 e os números são assustadores. “Estimam-se para cada ano do triênio (2020-2022) são esperados cerca de 20.520 casos de Câncer de Cólon e Reto em homens e 20.470 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 19,63 casos novos a cada 100 mil homens e 19,03 para cada 100 mil mulheres”.

O Câncer de Pele Não Melanoma será o mais incidente, seguido pelo de Câncer de Próstata em homens. Já para mulheres o Câncer de Mama atinge a incidência número um.

A vigilância desses tumores é muito importante e saber com que eles se relacionam em probabilidade causal também.

Causas do Câncer de Intestino

O Câncer de Intestino tem relação causal com fatores genéticos, Doença Inflamatória Intestinal (Retocolite e Doença de Crohn), fatores ambientais e, principalmente, estilo de vida:

  • Consumo de bebida alcoólica 
  • Baixa ingestão de frutas e vegetais
  • Alto consumo de carne vermelha e alimentos processados
  • Obesidade
  • Tabagismo
  • Sedentarismo

Fique atento ao seu estilo de vida e quais as escolhas você tem realizado!

A Colonoscopia é considerada um exame de prevenção relacionado ao Câncer de Intestino, pois é a forma de identificar qualquer alteração antes até de se tornar um tumor maligno.

É recomendado que após os 45 anos de idade se realize a Colonoscopia. E dependendo do seu resultado, um novo exame a cada 5 anos ou menos, em caso de algum achado no exame realizado.

Procure seu médico!

Em histórico familiar de Câncer de Intestino diagnosticado com menor idade esse protocolo muda, assim como nos casos de presença de Doença Inflamatória Intestinal, Poliposes familiares ou história pessoal de outros tumores prévios.

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A dieta rica em fibras, legumes, frutas e verduras, sem processados e industrializados tem se mostrado uma boa opção quando se pensa em Câncer de Intestino. Outro grande aliado tem sido a atividade física.

Sinais de alerta:

  • Anemia a esclarecer
  • Alteração de hábito intestinal
  • Sangramento visível nas fezes

Mas não espere esses sinais, caso você tenha ou conheça alguém com mais de 45-50 anos de idade que nunca realizou exame de Colonoscopia ALERTE ao risco.

Novidades sobre o tema

  • Colonoscopia Virtual

Utilizando imagens de tomografia computadorizada para avaliação do cólon é possível a reconstrução tridimensional do órgão obtendo imagens semelhantes ao exame convencional de visualização direta. Ela dura em torno de 15 minutos, não havendo a necessidade de sedação e com maior conforto. É a tecnologia a serviço da medicina!

  • Vacina

Outra grande novidade, ainda em estudo, mas com avaliações promissoras é a vacina Ad5-GUCY2C-PADRE sendo estudada para quem tem diagnóstico de Câncer Colorretal com a expectativa de uma imunidade antitumoral.

Esse parece ser o futuro, não tão distante em termos de tratamento e diagnóstico no tumor colorretal.

Entenda Imunidade e Prevenção em COVID-19

Entenda Imunidade e Prevenção em COVID-19 1080 1080 draluciane

Considerando o que temos falado em termos de prevenção em saúde e enfatizando a busca de medidas preventivas para uma melhor resposta perante “inimigos como vírus” aqui se inclui o COVID-19 – nosso inimigo em destaque  atual – pretendo introduzir conceitos básicos de imunidade para que todos possam entender melhor quando falo da importância de estar imunologicamente competente e os fatores que temos comprovação científica para ajudar essa competência, assim como do outro lado, os que deprimem essa competência.

Ao sistema imunológico é dado a função de combater as agressões ao organismo mantendo o mesmo em equilíbrio (saúde) para isso esse sistema utiliza uma rede de órgãos,  células e moléculas. 

A imunidade pode ser inata ou adquirida.

Imunidade inata, pois nascemos com ela sendo representada por barreiras físicas,  químicas e biológicas presente em todos os indivíduos independente de contato prévio a qualquer agressor, não se alterando qualitativamente ou quantitativamente em relação ao mesmo.

Em contraposição a imunidade adquirida é dada após o contato com o agressor, depende da ativação de células especializadas (linfócitos) e moléculas solúveis por eles produzidas.

Aqui temos especificidade com diversidade de reconhecimento, memória,  especialização de resposta, autolimitação e tolerância a componentes do próprio organismo.

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Esse tipo de imunidade ainda se divide em humoral dada pela produção de anticorpos considerado o principal mecanismo de defesa contra microorganismos agressores, tendo a capacidade de reconhecimento do agressor (antígeno) neutralizando a infecção e eliminando o antígeno.

No entanto, quando este penetra na célula fica inacessível aos anticorpos circulantes, então a ação passa a ser da imunidade celular onde linfócitos tipo T eliminam a infecção por morte da célula infectada juntamente ao agressor.

Essa imunidade adquirida ainda pode ser ativa ou passiva. Ativa quando somos expostos ao antígeno e produzimos a defesa. Ela é passiva quando a defesa nos é dada, como no caso da maioria das vacinas, onde somos imunizados.

No caso do COVID-19, estudos caminham para oferecer essa imunização, mas até lá podemos agir fortalecendo ou no mínimo não “atrapalhando” nossa imunidade.

Sobre estratégias cientificamente comprovadas para esse fim é que temos discutido em nossos posts, fique ligado nas dicas!

COVIDBOOK: Cartilha gratuita orienta crianças sobre o Novo Corona Vírus

COVIDBOOK: Cartilha gratuita orienta crianças sobre o Novo Corona Vírus 1080 1080 Dra. Luciane Cardoso Notificação

COVIDBOOK é uma iniciativa realizada pela psicóloga Manuela Molina Cruz para ajudar a conscientizar e tranquilizar crianças em todo o mundo a respeito do Novo Corona Vírus.

A cartilha é direcionada para crianças entre 2 e 7 anos. Eu adorei a iniciativa e quero compartilhar com vocês pois acredito que tanto adultos como crianças podem se beneficiar desse conteúdo muito rico e didático, acessibilizando ainda mais informação sobre a prevenção e os cuidados em relação ao COVID-19.

Como a própria autora menciona, o intuito desta cartilha é ser um convite para que famílias possam discutir sobre todas as emoções decorrentes do momento atual que estamos passando.

O compartilhamento e impressão deste material foi liberado pela autora. A recomendação é que caso seja impresso possa servir de material lúdico para colorir ou desenhar nela.

“Lembre-se de que as emoções são processadas através de brincadeiras repetitivas e as histórias lidas várias vezes.” – Manuela Molina Cruz

Você pode baixar o material em português.
BAIXAR CARTILHA COVIDBOOK AQUI 

Acesse o site da autora aqui. Lá é possível encontrar a cartilha em diversas línguas, como inglês, espanhol, francês, polonês, italiano, hebraico, indonésio, alemão, turco, russo, entre outros.

Prevenção é o melhor cuidado!

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Hepatite Autoimune e sua relação com Cirrose

Hepatite Autoimune e sua relação com Cirrose 1080 1080 draluciane

A Hepatite Autoimune (HAI) é um processo inflamatório crônico caracterizado por auto-anticorpo circulante e níveis elevados de globulina. É uma inflamação hepatocelular gradual podendo evoluir de Hepatite Aguda para Doença Crônica e Cirrose.

Causa da Hepatite Autoimune

Acredita-se que a causa da HAI seja um gatilho ambiental em indivíduos geneticamente predispostos. A incidência maior é em mulheres jovens em idade fértil, sendo menos comum em homens. O mecanismo específico entre genes e processo autoimune ainda é desconhecido. Os gatilhos ambientais sugeridos acima são: medicamentos, suplementos, ervas, vírus e até imunização. No entanto, é impossível identificar o indutor específico.

Teoricamente a doença é classificada em Tipo I ou Tipo II: 

  • Tipo I – Antinúcleo (AMA) Positivo e Anti Músculo Liso (ASMA) Positivo
  • Tipo II – Anti-fígado-rim (Anti LKM) Positivo

Contudo, 20% dos indivíduos que apresentam Hepatite Autoimune são anticorpos negativos. Nesses casos, o diagnóstico é por suspeição e biópsia hepática + avaliação de resposta terapêutica. Muitas vezes o diagnóstico de Hepatite Autoimune não vem sozinho, sendo o que chamamos de “síndrome de sobreposição” ou “overlap”, não sendo incomum associado a colangite.

O tratamento de eleição primária é a Azatioprina e Corticoterapia. Havendo outras opções  como Micofenolato de Mofetil e o Tacrolimus.

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Uma preocupação frequente de mulheres acometidas por essa patologia é a gestação, desaconselhada muitas vezes por seus médicos uma vez que distúrbios autoimunes e auto anticorpos positivos circulantes são fatores de risco obstétrico, bem como mortalidade perinatal.

Não são muitos os estudos nestes casos. No entanto, o número de gestações em pacientes com Hepatite Autoimune tem aumentado e devido ao melhor manejo clínico e pré-natal de alta qualidade, a gravidez não tem se mostrado com problemas para mãe e/ou filho. Principalmente nos casos de doença compensada.  Em relação ao tratamento, a Azatioprina é considerada risco D para a gravidez, segundo o FDA (nos EUA). E a Prednizona é considerada risco Grupo C, sendo esse o tratamento eleito nessas pacientes em gestação.

O Micofenolato de Mofetil e Tacrolimus são contraindicados causando malformações congênitas, baixo peso, prematuridade e infecções graves na gestante.

A amamentação também tem sido considerada segura com Prednisona e Azatioprina, apesar de que o uso dos medicamentos em bula não são indicados.

Nas “crises” de instabilidade da doença na gestação a recomendação é igual para paciente não grávida, com aumento da dose de Prednisona e com adição de Azatioprina. Assim, é prudente que a gestação só ocorra quando a HAI estiver sob controle e acompanhada em, pelo menos, 1 ano.

Qual é a relação com Cirrose

A Cirrose pode ocorrer como apresentação inicial no momento do diagnóstico. A gravidez em mulheres cirróticas compensadas não é mais temida e nem contra indicada, mas se relaciona com taxas aumentadas de pré-eclâmpsia, baixo peso ao nascer e prematuridade. O acompanhamento com nutricionista e evitar o sobrepeso fazem parte de um pré-natal de qualidade e importante para o sucesso da gestação.

A realização de exame de endoscopia alta na paciente cirrótica compensada em pré-gestação também é  muito importante para a avaliação de varizes esofagianas, sendo o terceiro trimestre gestacional correlacionado a maior risco de sangramento por esse tipo de variz, uma vez que apresenta maior aumento na pressão portal.

Me detive um pouco em gestação, pois por ser uma doença prevalente em mulheres em idade fértil, a HAI gera muita dúvida no que se trata ao desejo de engravidar.

Espero ter contribuído com informações úteis para o alerta em relação a essa patologia e sua possível evolução para Cirrose e me coloco a disposição para responder possíveis dúvidas. 😉

Alerta: você sabe com quem se consulta?

Alerta: você sabe com quem se consulta? 800 800 draluciane

O artigo de hoje é um alerta! 🆘

Você sabe o que está acontecendo com a medicina? E com a qualidade do serviço médico?

Eu tenho 23 anos de formada em Medicina, 18 anos como especialista em Gastroenterologia e 15 anos de atuação em Hepatologia (doenças do fígado). Voltei para as bancadas de pós-graduação em 2018, quando senti a necessidade de aprender mais sobre nutrição e cursei Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Logo em seguida surgia na minha vida a Medicina Integrativa e as Terapias Integrativas. Por ser totalmente ignorante no assunto tive o profundo desejo de estudar, terminando em 2019 no Albert Einstein a minha pós-graduação em Saúde Integrativa.

Fiz esse preâmbulo de minha trajetória para falar do quanto eu acho assustador as mudanças nos últimos 10 anos da Medicina.

Fatos bons aconteceram como a informação mais popularizada e a chance de compartilhar o conhecimento com o paciente. Contudo, a desvalorização do profissional médico e da qualidade de serviço apresentada é o que de muito ruim tenho percebido.

Números da evolução dos Cursos de Medicina

Nos últimos 10 anos, o número de novas faculdades de Medicina cresceu e muitas delas com princípios éticos e qualidade de ensino muito aquém do desejável. Questionáveis formações infelizmente acabaram gerando questionáveis profissionais graduados.

Os dados que norteiam esse panorama podem ser facilmente pesquisados na internet! Veja aqui um link com mais informações.

Em 2010, o Brasil apresentava 179 faculdades de Medicina entre públicas e privadas. Em 2019, esse número chega a 340 unidades de ensino, e qual o problema disso? Nenhum,  se todas essas novas instituições fossem fiscalizadas e tivessem a estrutura necessária para a formação de um profissional médico.  O que não é a situação atual!

Nos últimos dez anos vi escolas tradicionais públicas de Medicina sendo destruídas pela falta de verbas e o “sucateamento” de hospitais escolas. Além de greves que impossibilitam toda engrenagem de ensino.

Esse é um cenário catastrófico que jovens médicos enfrentam no dia a dia, onde a carência da teoria e da prática de excelência expõe uma população a erros, que não tão raramente custam uma vida.

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Antigamente, a preocupação era com os médicos mais “antigos”, aqueles que não buscavam por atualizações. Tal fator realmente é preocupante, pois a Medicina é para quem tem “sede” de saber, pois evolui a cada dia (e que bom que seja assim). Mas atualmente parece que estamos diante de um problema ainda maior.

Registro de Qualificação de Especialista

Como tentativa de  prover mais segurança no serviço médico prestado instituiu-se o Registro de Qualificação de Especialista (RQE), onde todo especialista qualificado deve ter seu RQE, além do registro referente ao Conselho Regional de Medicina (CRM).

Lógico que não se pode generalizar, mas saber quem é seu médico é muito importante!

Em um mundo de valores, muita vezes, invertidos, de fakes e onde temos muita dificuldade de “separar o joio do trigo”, alguns números significam muito mais que seguidores do Instagram! 😉

Fique atento em quem você confia a sua vida! Esse profissional tem que ter qualificação e valor, pois a sua vida é o seu bem mais precioso.

A Gastroenterologia na Medicina Ocidental e Medicina Oriental

A Gastroenterologia na Medicina Ocidental e Medicina Oriental 800 800 draluciane

A gastroenterologia na Medicina Ocidental e Medicina Oriental provém de diferentes abordagens para a busca do mesmo objetivo: a cura! Essas peculiaridades vieram de culturas diferentes e, consequentemente, de relatos, entendimentos e abordagens diversas.

Ao estudar a história da Medicina descobrimos que ela se inicia na Grécia com um grande marco, o pai da Medicina: Hipócrates, mas também de outros tantos que iniciaram a arte com propósito de cura.  Gregos e romanos se destacavam nessa caminhada. No entanto, parece que muito antes, no Egito antigo, já eram realizados procedimentos de alta complexidade.

O Oriente manteve o desenvolvimento de sua Medicina de uma forma bem fechada e em alguns momentos de aberturas culturais, políticas e ou de migrações, esses conhecimentos se conectavam e se complementavam em trocas de experiências e observações.

Considero a palavra “COMPLEMENTAR” perfeita, pois tais abordagens se complementam e uma não deve excluir a outra. Muito menos elas devem ser alternativas, mas sim COMPLEMENTARES.

Medicina Ocidental e Medicina Oriental

A Medicina Tradicional Brasileira vem da base Ocidental e logicamente das influências greco-romanas. Por questões culturais, linguísticas e geográficas ficamos muito tempo sem o conhecimento de terapias e abordagens milenares orientais. Algumas delas tiveram grande destaque na China, onde após 1970, com a “abertura” chinesa, tivemos maior contato.

A Medicina Tradicional Chinesa, assim como uma das mais antigas na Índia, a Ayurveda, datam de aproximadamente 3.200 a.c. A Índia possui vários sistemas médicos incluindo a Medicina Tradicional Ocidental que foi levada pelos portugueses e ingleses, e a Medicina Tradicional Muçulmana-Unani que também deriva de Hipócrates, mas com maiores influências do Oriente Médio e outras. Elas são exemplos de abordagens orientais nas quais, em comum, possuem a crença de uma “energia” de nomes diferentes, mas que possibilitam a autocura do corpo humano, possuidor de um sistema sofisticado para localizar a doença (desequilíbrio) e reequilibrar com vários recursos, entre eles e de suma importância: a alimentação.

Tenho me tornado uma curiosa em relação a Medicina Oriental e a chance de detectar esses desequilíbrios de forma precoce, podendo prevenir doenças ou complicações e reduzindo “carga” medicamentosa.

Ayurveda: sistema de tratamento e cura

A Ayurveda tem sido uma fonte de estudos iniciais para mim, onde as terapias são relacionadas a características pessoais (os doshas) que devem ser percebidos no momento da abordagem em cada indivíduo.

A abordagem do SER (em equilíbrio), do doente (ser em desequilíbrio) e da doença (ponto de desequilíbrio) feita pela Medicina Oriental me traz muita curiosidade e tem me “aberto os olhos” para esse caminho complementar. Acredito e respeito uma “fonte  energética” e pontos vitais e no poder de autocura, quando existe AUTOCONHECIMENTO e aprendemos a decodificar o nosso corpo.

Não me parece ser uma medicina “baseada em evidências científicas”, com ricos estudos de validação, mas em grandes e milenares observações passadas de pai para filho, de tradições a tradições. A respostas dos porquês são simplesmente “É porque É assim que acontece e pronto!”.

Orientais não são questionadores como ocidentais, mas, são muito observadores. Tenho uma característica cética e como tal me enquadro muito bem na Medicina que aprendi desde sempre, mas têm sido incríveis as pequenas descobertas que tenho feito com abordagens e terapias que integram a Medicina Oriental.

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Acredito que tenho muito a aprender sobre elas e que o médico aumenta muito a chance do sucesso terapêutico quando vê o doente antes da doença. Porém o SER, o doente e a doença precisam ser “tocados”.

Sem dúvidas o grande segredo é encontrar o desequilíbrio e voltar ao estágio anterior, mas o grande desafio e beleza de tudo é que somos incrivelmente únicos e como tal nossas terapias e abordagens assim devem ser.

“Nada é bom para todo mundo” não sei de quem é essa frase, mas é perfeita! ☺

O médico em qualquer parte do mundo deve ter o discernimento de qual deveria ser o melhor caminho para trilhar e para isso, quanto mais caminhos conhecer melhor. Mas o caminho vai ser sempre trilhado pelo paciente e o primeiro passo será sempre o desejo de trilhar.

Infelizmente vejo muito “joio misturado no trigo”, mas o “trigo” que encontro faz valer a pena o trabalho de peneira! 🥰

Gostou deste artigo? Quer saber mais sobre Medicina Ocidental e Medicina Oriental? Deixe seu comentário ou envie mensagem diretamente para mim!

Dor abdominal localizada no estômago x Dr. Google: Tudo é gastrite?

Dor abdominal localizada no estômago x Dr. Google: Tudo é gastrite? 5472 3648 Dra. Luciane Cardoso Notificação

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Será que toda dor no estômago está relacionada com gastrite? Não!!! Esse pode ser apenas um diagnóstico facilmente (e erroneamente) dado pelo Dr. Google. 😉

É verdade que a globalização e o acesso ao conhecimento são muito importantes e nos fizeram dar um incrível salto. No entanto, tudo tem seu lado bom e ruim! E é muito importante saber até onde pode ser benéfico o uso dessa ferramenta.

Para que você está utilizando buscadores como Google?
Que tipo de referência a informação encontrada possui?
Esses são dados a serem analisados com muito critério! 👩🏻‍💻

A Medicina vai muito além de sinais e sintomas, não é uma ciência exata porque cada ser humano é único, nossa sinalização também é personalizada em intensidade.

Aqui trago um exemplo para deixar mais clara a afirmação acima. Um simples experimento como um “beliscão” realizado por um robô com a mesma intensidade de força e localização em 3 pessoas diferentes vai gerar dores e sensações com intensidade diferentes. Isso significa que também codificamos nossos alertas – sinais e sintomas – com particularidades.

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Autoconhecimento é uma grande chave para diagnósticos precoces de desequilíbrios e manifestação de patologias. Além de contar com um profissional que você mantenha uma boa relação permitindo espelhar esse “autoconhecimento” agregado a fatores acadêmicos dele. Desta forma, juntos irão descobrir o melhor caminho de cura.

Este conteúdo tem como objetivo desmistificar alguns conceitos, mas e aí? E a dor abdominal localizada no estômago? 🤔

Se for o seu caso atual, procure seu médico! 😉 Ele irá formular algumas hipóteses diagnósticas embasadas em seus relatos e talvez necessite de exames de exclusão ou diagnóstico. Essas hipóteses certamente passarão por inúmeras possibilidades como:

  • Colelitíase
  • Colecistite
  • Colangites
  • Gastroduodenites
  • Úlcera péptica
  • Doença do refluxo gastro esofágico
  • Pancreatite
  • Pseudocistos
  • Hérnias
  • Parasitoses
  • Tumores
  • Dispepsia funcional
  • Síndrome do intestino irritável
  • Intolerâncias alimentares
  • Doença inflamatória intestinal
  • Isquemia mesentérica
  • Doença celíaca
  • Passando até por infarto agudo do miocárdio, dissecção aórtica, pericardite entre outras.

Só por esta lista da para ter a noção da ponta de um iceberg gigante que pode ser o raciocínio de diagnósticos diferenciais,. Seu médico certamente não vai listar todas as possibilidades prováveis de diagnóstico perante sua queixa , mas irá formulando um raciocínio lógico de tudo que o paciente expõe desde o momento que adentra sua sala, sejam exposições relatadas ou apenas percebidas em sua própria observação.

Essas informações são agregadas ao exame físico e muitas vezes exames complementares. Nesse contexto todo para a eficiência de uma relação médico paciente deve existir empatia, além de confiança.

A empatia é definida como capacidade de entender emocionalmente uma pessoa, talvez esse seja um dos principais, se não o principal, pilar de uma relação médico paciente. Além de dar informações em saúde que podem levar a um “surto emocional” desnecessário, uma máquina, um computador por mais “humanizado” que possa ser jamais vai substituir essa relação, ela é construída no complexo mente e espiritualidade.

Eu complemento ainda dizendo que obviamente nem toda dor abdominal é gastrite, mas todo sintoma deve ser percebido. Muitas vezes negligenciamos sintomas, eles são alertas a algo no mínimo em desequilíbrio e que deve voltar o mais breve possível a sua homeostase. Detecte seus alertas e, com ou apesar do dr. Google, procure o seu médico especialista, ele deve estar apto a responder suas questões.

Fonte de referência: GED Gastroenterol. Endosc.

Entenda o processo digestivo

Entenda o processo digestivo 1280 720 Flávia Reis

Você sabe a importância do processo digestivo na sua vida?

Cerca de 30% do seu metabolismo é gasto apenas na digestão!

Neste vídeo eu comentei mais sobre como ocorre o processo digestivo e dicas para tornar sua digestão mais saudável.

#digestão #sistemadigestório #digestivo #estômago #intestino #mindfuleating

Helicobacter pylori: eu tenho e agora?

Helicobacter pylori: eu tenho e agora? 7110 3094 Dra. Luciane Cardoso Notificação

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O Helicobacter pylori, conhecido como H. pylori, é uma bactéria gram negativa de distribuição universal, na qual mais de 50% da população global é acometida. Dados epidemiológicos no Brasil variam muito de região para região, sendo a maioria dos estudos da região Sudeste. Contudo, a estimativa é que nossa população tenha um índice de incidência maior do que a global.

Desde 1982 com sua identificação, o H. pylori tem tido destaque em estudos, inclusive com formação de grupos para desenvolvimento de protocolos e estratégias de tratamento. Sendo assim os consensos para quando, como e em quais situações o Helicobacter pylori deve ser tratado são constantemente atualizados, levando em consideração estudos relacionados à bactéria e suas manifestações clínicas e/ou patologias.

Em 2017, no Sul do país se realizou o IV Consenso Brasileiro sobre infecção pelo H. pylori, rediscutindo a questão devido a crescente resistência aos antimicrobianos utilizados em seu tratamento e novas descobertas no estudo da microbiota gástrica.

Assim, se você tem o diagnóstico de infecção por H. pylori procure seu médico  para que o tratamento seja discutido de acordo com seu caso, sua história genética e clínica.

Mais uma vez essa é uma condição individualizada levando em consideração inúmeros fatores.

“A erradicação de H.pylori associa-se a um decréscimo  nas taxas de câncer gástrico”. 

“Câncer gástrico tem incidência intermediária no Brasil, essa incidência apresenta diferenças regionais e está entre as cinco causas de mortalidade por câncer no país”. 

As declarações acima são do Consenso*

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É reconhecida a relação do H. pylori com úlcera péptica e cancer gástrico. Nos casos de anemia onde o H.pylori pode estar levando a redução de absorção de vitamina B12, na Púrpura trombocitopênica autoimune, na metaplasia intestinal e gastrite atrófica avaliando estadiamentos é preconizado o tratamento do H.pylori. Outras situações de avaliação são usuários crônicos de AAS.

Fatores de risco para infecção de H. pylori estão relacionados a qualidade da água de consumo, aglomerados familiares e alimentos contaminados.

O diagnóstico frequentemente  é realizado no exame de Endoscopia digestiva com biópsia da mucosa  gástrica levada para análise de histologia. Outra forma de detecção de menor sensibilidade, porém muito utilizado, é o teste da urease, no qual o fragmento biopsiado de mucosa gástrica é colocado em contato com meio de cultura contendo uréia. O indicador de pH vermelho, positivo quando a enzima urease da bactéria degrada a uréia do meio de cultura dando origem a amônia e bicarbonato. Essa reação é percebida por meio de alteração de coloração do meio passando de amarelo para tons de rosa/vermelho (esse resultado é geralmente interpretado em até 24 horas).

O teste da urease é muito utilizado nos exames de endoscopia alta por ser de baixo custo e fácil aplicabilidade. Outro método diagnóstico pode ser a sorologia para H. pylori com pesquisa de anticorpos no sangue, exame mais utilizado para trabalhos e busca de dados epidemiológicos. Já o teste respiratório e antígenos nas fezes também podem ser métodos diagnósticos, contudo é menos utilizados em nosso meio.

Fonte de referência: IV Consenso Brasileiro sobre Infecção pelo H.pylori

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