Medicina Integrativa

Qual é a relação entre Aleitamento materno, parto normal e microbiota intestinal?

Qual é a relação entre Aleitamento materno, parto normal e microbiota intestinal? 6352 4780 Dra. Luciane Cardoso Notificação

Aleitamento materno, parto normal e microbiota intestinal

Microbiota intestinal está relacionada a uma série de comorbidades, de ansiedade à depressão, passando por condições de humor e condições imunológicas como alergias, favorecimento a obesidade, entre inúmeras outras situações patológicas citadas abaixo.

Hoje, a ideia é falar de prevenção. É possível modular a microbiota de um bebê para que ela seja um adulto mais saudável? Sim, é o que demonstram inúmeros estudos  e o artigo citado, que foi publicado na Revista Científica de Genômica, Proteômica e Bioinformática. 

Estudos mostram que a microbiota, assim como tudo do bebê, tem início da sua formação na gestação e assim sendo, os fatores de influência são: 

  • O parto.
  • A alimentação e modulação da microbiota da mãe o mais precoce possível durante a gestação.
  • A alimentação do bebê após o nascimento.
  • A idade gestacional ao nascer.
  • A localização geográfica.
  • O estilo de vida familiar.
  • A genética do hospedeiro. 
  • E o uso de antibióticos.

Em relação ao parto:

  1. Por via vaginal tem uma exposição a microbiota vaginal materna que se prepara para uma população microbiana adequada ao bebê. Na primeira semana após nascimento é observada uma dominância de Actinobactérias, principalmente do gênero Bifidobacterium nesses bebês.

 

  1. Por cesariana a exposição é dominada por micro-organismos da pele da mãe, do ambiente hospitalar e equipe hospitalar. Nas primeiras semanas são observados nesses bebês a predominância de Firmicutes. 

Essa relação de predominância parece ser mantida ao longa da vida desses bebês.

Firmicutes em predomínio são relacionados a obesidade e a síndrome metabólica.

Em relação a alimentação, estudos mostram que crianças amamentadas exclusivamente de leite materno possuem predominância de lactobacilos e bifidobactérias e menos patógenos comparados a crianças alimentadas por fórmulas. O leite materno é considerado um potente pré-biótico natural.

Com a entrada dos alimentos sólidos vão se diversificando essas cepas e a transição parece levar de 3 a 5 anos com mudanças máximas na abundância relativa de grupos taxonômicos ocorrendo nesse período, daí a grande importância de uma alimentação saudável para crianças dessa faixa etária, além dos hábitos e estilo de vida dos pais desde a gestação.

Asma e atopia tem relação com uma microbiota patógena. Uma alimentação rica em fibras da mãe no período da gestação pode favorecer reduzindo a expressão nos pulmões fetais de certos genes ligados a asma.

Outras patologias que podem estar relacionadas com uma microbiota patógena são elas:

Eczemas, alergias alimentares, diabetes mellitus tipo I, Obesidade, Síndrome do intestino irritável, Doença inflamatória intestinal e Distúrbios neuro psiquiátricos.

Antibióticos podem ser inimigos fatais da saúde em microbiota. Já os pré-bióticos e probióticos podem ser estratégias em situações de risco, como a acima citada.

Dieta é o determinante central da microbiota intestinal!

A comida é um tipo de medicamento que mantém em equilíbrio a saúde do corpo e pode impedir ou mitigar o desenvolvimento de algumas doenças. Um bebê que nasce em uma família com essa consciência tem uma chance muito grande de ser um adulto saudável!

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Essa é uma pergunta muito comum no meu consultório quando o assunto é gastrite:

O que eu devo ou não comer?

Ao longo do tempo as questões de dieta mudaram, não era incomum o médico e o nutricionista  entregarem uma lista de restrições alimentares para gastrite, onde muitas vezes estava excluindo alimentos importantes nutricionalmente e com importância cultural para o paciente. Essa abordagem é diferente atualmente! Felizmente se percebeu a individualidade de cada um, o que eu pessoalmente valorizo muito.  

Por outro lado, infelizmente,  a qualidade de nossa alimentação piorou exponencialmente, assim como outros fatores como o tempo destinado à refeição e a mastigação que foram reduzidos, fatores esses de grande importância na gênese de patologias digestivas.

Enfim, para saber o que comer ou não comer relacionado a uma patologia, devemos ter consciência do que estamos falando. Nesse caso, a gastrite.

Mas o que é gastrite?

Gastrite é um processo inflamatório da mucosa gástrica em resposta a diferentes estímulos, resultando em sinais e sintomas. São estímulos para essa inflamação, infecções, sendo a bactéria H. pylori muito relacionada, além de outras inúmeras agressões.

Tendo consciência de que gastrite é uma inflamação e que o estômago é o órgão envolvido, nos dá mais entendimento que alimentos multi processados, ricos em conservantes e aromatizantes não são bem vindos.

Sabe aqueles alimentos que você deixa na geladeira por meses e ele nunca estraga? Certamente não farão bem a seu estômago como, por exemplo, margarinas, queijos processados, etc.

Alimentos salgados, defumados e em conservas (ricos em sal, nitrito e compostos N-nitroso) estão associados a gastrite e ao risco aumentado de câncer de estômago. Aqui se encontram os molhos como o de soja (shoyu).

Agora a parte que eu mais gosto : falar do que devemos preferir comer! Estudos mostram que o alto consumo de frutas frescas e vegetais crus com boa concentração de antioxidantes são protetores do estômago.

Daí sai uma dica:

Coma um prato de salada com folhas e frutas picadas antes do prato principal, mastigando bem por várias vezes (como gostamos de números, o ideal seriam pelo menos 30 mastigações eficientes).

Flavonóides encontrados nos feijões, legumes e frutas estão relacionados a melhora de gastrites com o envolvimento do álcool e anti inflamatórios em sua gênese.

Mais uma dica:

Os feijões (carioquinha, marrom, preto, etc) lentilha, ervilha, grão de bico são bem vindos.

Alimentos com pH ácido parece levar a uma diminuição do pH do conteúdo gástrico estando associado a uma dieta hipoglicídica e com baixo nível de carboidrato simples.

Outra dica:

Comer laranja, abacaxi, maracujá, maçã, acerola enfim frutas cítricas podem ser muito bem vindas se você não tiver intolerância a elas. Contudo, devemos evitar os açúcares e dar preferência aos alimentos integrais bem cozidos.

As principais orientações, no entanto, sobre o que devo ou não comer relacionada a gastrite são:

  • Auto-observação e autoconhecimento para avaliar o que te faz bem ou não, seu corpo fala e você ouve, mas na maioria das vezes esquecemos.
  • Mastigar muito os alimentos antes de engolir, é a primeira fase da digestão, se começa errado, termina errado!
  • Não comer escrevendo, vendo TV, digitando ou falando, a hora da refeição deve ser respeitada.
  • Preste atenção no que você come, quando come e o QUANTO come!
  • Procuramos muitas vezes fórmulas mágicas para resolver problemas, mas a magia está sempre conosco vem de dentro para fora.
  • Observação, Autoconhecimento te levam ao Autocuidado!
  • Muitas vezes tratamos nosso estômago como um grande LIXÃO !!!
  • Toda AÇÃO traz uma REAÇÃO, esse é um princípio básico da vida e da medicina integrativa.

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Dra. Luciane Cardoso de Moura é Médica Gastroenterologista em Florianópolis/SC.

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Você pode ter uma deficiência nutricional e desconhecer!

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Deficiência  nutricional ocorre quando não temos disponível no organismo a quantidade necessária de nutrientes para que o funcionamento adequado de todos os órgãos e tecidos ocorram. Os nutrientes são divididos em macronutrientes (proteínas, carboidratos e gorduras) e micronutrientes (vitaminas e minerais). 

Assim todos os nutrientes devem estar disponíveis em quantidades necessárias e adequadas, ou seja, nem a menos nem a mais segundo a individualidade de estilo de vida de cada pessoa. Temos diferentes fontes de alimentos ricos em cada um desses nutrientes, mas em algumas situações de demandas ou perdas, necessitamos das suplementações.

Como identificar uma deficiência nutricional?

A deficiência nutricional pode acontecer em todas as fases da vida da infância até  a senectude. Não é apenas a restrição na ingestão de nutrientes como muitos imaginam que vão causar essas deficiências. No entanto, a deficiência da ingestão é muito comum.

Na mulher adulta, por exemplo, uma causa não incomum de deficiência nutricional é dada por fraturas sem trauma que justifique, muitas vezes acompanhada de alteração do ciclo menstrual.

Essas alterações são comuns em mulheres atletas com orientação nutricional inadequada e nas não atletas em uso de dietas com grande restrição calórica, o que gera uma alteração  hormonal e de massa óssea, ou seja, fragilidade óssea, além de infecções de repetição e emagrecimento excessivo.

Na anorexia, quando existe uma rígida e insuficiente dieta alimentar e na bulimia, onde a ingestão é grande, seguida de métodos compensatórios como o vômito ou uso de laxativos, esses distúrbios também são comuns.

Jejum prolongado em mulheres também é um risco para o desequilíbrio ingestão calórica, hormônios e densidade óssea.

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Unhas quebradiças, descamando, cabelos opacos e quebradiços é outro sinal comum de distúrbio nutricional, dessa vez, de micronutrientes e muito comum na mulher, principalmente na mulher moderna com carga de estresse maior promovendo maior depleção desses nutrientes.

Vou citar a sarcopenia aqui apesar de não considerar uma deficiência nutricional, mas um ajuste importante nutricional e de educação física ao longo da vida. A sarcopenia é um termo relacionado ao processo de remodelação de massa magra e massa gorda ao longo da vida.

deficiência nutricional aos 40 anos

Deficiências nutricionais após os 40 anos

Com o envelhecimento tendemos a mobilizar massa gorda especialmente na cavidade  abdominal e perda de massa muscular, inclusive com infiltração gordurosa dessa massa, levando a redução de força muscular e potência do músculo influenciando na autonomia, bem estar e qualidade de vida do idoso.

A partir dos 40 anos é importante avaliação e acompanhamento preventivo com medidas a retardar essa alteração metabólica.

Como citado anteriormente os distúrbios nutricionais não são apenas por ingestão inadequada, mas podem ser também por absorção inadequada.

Aqui temos uma grande dica: sem um intestino saudável certamente os distúrbios nutricionais estarão presentes.

Sem um sistema digestório que funcione corretamente não teremos micronutrientes disponíveis mesmo que sejam consumidos de forma correta ou suplementados de forma adequada.

Drogas como o álcool e alguns fármacos de uso crônico também depletam micronutrientes devendo ser ajustados na dieta e na maioria das vezes também suplementados. Drogas farmacológicas comuns com efeitos assim são os diuréticos e estatinas.

Um prato nutricionalmente adequado

Falar de distúrbio nutricional vai muito além de falar do que se come ou não, mas é importante sempre como passo inicial em saúde uma alimentação equilibrada em porções e colorida naturalmente. Um prato equilibrado nutricionalmente deve ter 5 cores diferentes, onde legumes e verduras são essenciais. A hidratação deve ser considerada como fundamental também. 

Mas ratifico que nutrição e cuidados de saúde são individualizados, assim como deficiências nutricionais são muito mais comuns do que imaginamos!

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