A alergia alimentar – também conhecida como hipersensibilidade alimentar – é uma reação imunológica à determinada substância presente em um alimento. Clinicamente ela pode se manifestar de várias formas, como: coceira, hiperemia de pele e mucosas. Em estágios de maior gravidade ela pode provocar taquicardia e edema de glote, podendo até levar ao óbito se não tratado em tempo, ou seja, alergia alimentar com esse nível de gravidade requer tratamento de emergência.
Nas crianças as alergias alimentares podem ser transitórias, não havendo persistência na fase adulta. Já nos adultos não é comum ser um quadro transitório.
Como diagnosticar uma alergia alimentar?
Segundo a Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), não existe qualquer evidência científica que respalde o uso de exames laboratoriais com base na mensuração de imunoglobulinas G para alimentos com fins diagnósticos, pois esses exames são pouco específicos.
O diagnóstico de uma alergia alimentar pode ser realizado com teste de provocação oral que possui grande complexidade e deve ser feito em centro especializado.
O teste de exclusão também é bastante utilizado. Muito tem se estudado nessa área e novas perspectivas tem se aberto como a identificação de fenótipos e endótipos, a avaliação de genes e de fatores epigenéticos.
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E a intolerância alimentar?
A intolerância alimentar não envolve o sistema imunológico. Aqui temos substâncias químicas envolvidas promovendo fermentação, alteração de microbiota, endoteliais e/ou de barreira. Tanto a alergia alimentar como a intolerância têm sido muito comuns em nosso meio, no entanto, a intolerância é ainda mais comum, envolvendo hiper permeabilidade intestinal e uma série de manifestações tais como:
- Dor abdominal
- Irritabilidade
- Ansiedade
- Cansaço
- Alteração de humor
- Baixa imunidade
- Dor articular
Estamos numa era de melhoramentos genéticos na alimentação, com uso abusivo de agrotóxicos, conservantes e a falta de informação ao consumidor final. Estar atento a rótulos e evitar ao máximo os industrializados tem sido um aliado para nos afastar de substâncias nocivas à saúde.
Intolerância Alimentar x Alergia Alimentar x Síndrome do Intestino Irritável, quem é quem?
Alergia alimentar, intolerância alimentar e síndrome do intestino irritável (SII) são diagnósticos de “entidades” diferentes, mas que se confundem devendo ser pensados como diagnósticos diferenciais ou hipóteses diagnósticas, em algumas situações podem acontecer de forma conjunta.
Flatulência, distensão abdominal e diarreia são seus sintomas? Se você respondeu sim, pode estar relacionado a intolerância alimentar. Muitos pacientes com esses sintomas têm idas e vindas a consultas médicas sem melhora e muitas vezes possuem o diagnóstico de SII.
Contudo, segundo os critérios clínicos estabelecidos pelo Consenso de Roma IV (Consenso Para Doenças Funcionais Gastrointestinais) envolvendo o sistema “gut-brain”, para o diagnóstico de síndrome do intestino irritável é necessário a presença de dor abdominal. Assim sendo, não havendo sinais de alarme como emagrecimento, sangramento nas fezes, anemia e palpação anormal do abdômen, a intolerância alimentar deve ser pensada.
Dentre as intolerâncias alimentares mais comuns estão substâncias encontradas no trigo, dentre elas a mais comentada, porém não a mais frequente: o glúten, a lactose (principal carboidrato do leite) e a frutose.
Se você se reconheceu nesses sintomas, procure um gastroenterologista para seu diagnóstico! O tratamento que deve ser em conjunto com facilitadores nutricionistas.
Dúvidas? É só perguntar! 😉