gastrite

Dor abdominal localizada no estômago x Dr. Google: Tudo é gastrite?

Dor abdominal localizada no estômago x Dr. Google: Tudo é gastrite? 5472 3648 Dra. Luciane Cardoso Notificação

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Será que toda dor no estômago está relacionada com gastrite? Não!!! Esse pode ser apenas um diagnóstico facilmente (e erroneamente) dado pelo Dr. Google. 😉

É verdade que a globalização e o acesso ao conhecimento são muito importantes e nos fizeram dar um incrível salto. No entanto, tudo tem seu lado bom e ruim! E é muito importante saber até onde pode ser benéfico o uso dessa ferramenta.

Para que você está utilizando buscadores como Google?
Que tipo de referência a informação encontrada possui?
Esses são dados a serem analisados com muito critério! 👩🏻‍💻

A Medicina vai muito além de sinais e sintomas, não é uma ciência exata porque cada ser humano é único, nossa sinalização também é personalizada em intensidade.

Aqui trago um exemplo para deixar mais clara a afirmação acima. Um simples experimento como um “beliscão” realizado por um robô com a mesma intensidade de força e localização em 3 pessoas diferentes vai gerar dores e sensações com intensidade diferentes. Isso significa que também codificamos nossos alertas – sinais e sintomas – com particularidades.

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Autoconhecimento é uma grande chave para diagnósticos precoces de desequilíbrios e manifestação de patologias. Além de contar com um profissional que você mantenha uma boa relação permitindo espelhar esse “autoconhecimento” agregado a fatores acadêmicos dele. Desta forma, juntos irão descobrir o melhor caminho de cura.

Este conteúdo tem como objetivo desmistificar alguns conceitos, mas e aí? E a dor abdominal localizada no estômago? 🤔

Se for o seu caso atual, procure seu médico! 😉 Ele irá formular algumas hipóteses diagnósticas embasadas em seus relatos e talvez necessite de exames de exclusão ou diagnóstico. Essas hipóteses certamente passarão por inúmeras possibilidades como:

  • Colelitíase
  • Colecistite
  • Colangites
  • Gastroduodenites
  • Úlcera péptica
  • Doença do refluxo gastro esofágico
  • Pancreatite
  • Pseudocistos
  • Hérnias
  • Parasitoses
  • Tumores
  • Dispepsia funcional
  • Síndrome do intestino irritável
  • Intolerâncias alimentares
  • Doença inflamatória intestinal
  • Isquemia mesentérica
  • Doença celíaca
  • Passando até por infarto agudo do miocárdio, dissecção aórtica, pericardite entre outras.

Só por esta lista da para ter a noção da ponta de um iceberg gigante que pode ser o raciocínio de diagnósticos diferenciais,. Seu médico certamente não vai listar todas as possibilidades prováveis de diagnóstico perante sua queixa , mas irá formulando um raciocínio lógico de tudo que o paciente expõe desde o momento que adentra sua sala, sejam exposições relatadas ou apenas percebidas em sua própria observação.

Essas informações são agregadas ao exame físico e muitas vezes exames complementares. Nesse contexto todo para a eficiência de uma relação médico paciente deve existir empatia, além de confiança.

A empatia é definida como capacidade de entender emocionalmente uma pessoa, talvez esse seja um dos principais, se não o principal, pilar de uma relação médico paciente. Além de dar informações em saúde que podem levar a um “surto emocional” desnecessário, uma máquina, um computador por mais “humanizado” que possa ser jamais vai substituir essa relação, ela é construída no complexo mente e espiritualidade.

Eu complemento ainda dizendo que obviamente nem toda dor abdominal é gastrite, mas todo sintoma deve ser percebido. Muitas vezes negligenciamos sintomas, eles são alertas a algo no mínimo em desequilíbrio e que deve voltar o mais breve possível a sua homeostase. Detecte seus alertas e, com ou apesar do dr. Google, procure o seu médico especialista, ele deve estar apto a responder suas questões.

Fonte de referência: GED Gastroenterol. Endosc.

Comer ou não comer? Vivendo com gastrite

Comer ou não comer? Vivendo com gastrite 7000 4373 Dra. Luciane Cardoso Notificação

 

Essa é uma pergunta muito comum no meu consultório quando o assunto é gastrite:

O que eu devo ou não comer?

Ao longo do tempo as questões de dieta mudaram, não era incomum o médico e o nutricionista  entregarem uma lista de restrições alimentares para gastrite, onde muitas vezes estava excluindo alimentos importantes nutricionalmente e com importância cultural para o paciente. Essa abordagem é diferente atualmente! Felizmente se percebeu a individualidade de cada um, o que eu pessoalmente valorizo muito.  

Por outro lado, infelizmente,  a qualidade de nossa alimentação piorou exponencialmente, assim como outros fatores como o tempo destinado à refeição e a mastigação que foram reduzidos, fatores esses de grande importância na gênese de patologias digestivas.

Enfim, para saber o que comer ou não comer relacionado a uma patologia, devemos ter consciência do que estamos falando. Nesse caso, a gastrite.

Mas o que é gastrite?

Gastrite é um processo inflamatório da mucosa gástrica em resposta a diferentes estímulos, resultando em sinais e sintomas. São estímulos para essa inflamação, infecções, sendo a bactéria H. pylori muito relacionada, além de outras inúmeras agressões.

Tendo consciência de que gastrite é uma inflamação e que o estômago é o órgão envolvido, nos dá mais entendimento que alimentos multi processados, ricos em conservantes e aromatizantes não são bem vindos.

Sabe aqueles alimentos que você deixa na geladeira por meses e ele nunca estraga? Certamente não farão bem a seu estômago como, por exemplo, margarinas, queijos processados, etc.

Alimentos salgados, defumados e em conservas (ricos em sal, nitrito e compostos N-nitroso) estão associados a gastrite e ao risco aumentado de câncer de estômago. Aqui se encontram os molhos como o de soja (shoyu).

Agora a parte que eu mais gosto : falar do que devemos preferir comer! Estudos mostram que o alto consumo de frutas frescas e vegetais crus com boa concentração de antioxidantes são protetores do estômago.

Daí sai uma dica:

Coma um prato de salada com folhas e frutas picadas antes do prato principal, mastigando bem por várias vezes (como gostamos de números, o ideal seriam pelo menos 30 mastigações eficientes).

Flavonóides encontrados nos feijões, legumes e frutas estão relacionados a melhora de gastrites com o envolvimento do álcool e anti inflamatórios em sua gênese.

Mais uma dica:

Os feijões (carioquinha, marrom, preto, etc) lentilha, ervilha, grão de bico são bem vindos.

Alimentos com pH ácido parece levar a uma diminuição do pH do conteúdo gástrico estando associado a uma dieta hipoglicídica e com baixo nível de carboidrato simples.

Outra dica:

Comer laranja, abacaxi, maracujá, maçã, acerola enfim frutas cítricas podem ser muito bem vindas se você não tiver intolerância a elas. Contudo, devemos evitar os açúcares e dar preferência aos alimentos integrais bem cozidos.

As principais orientações, no entanto, sobre o que devo ou não comer relacionada a gastrite são:

  • Auto-observação e autoconhecimento para avaliar o que te faz bem ou não, seu corpo fala e você ouve, mas na maioria das vezes esquecemos.
  • Mastigar muito os alimentos antes de engolir, é a primeira fase da digestão, se começa errado, termina errado!
  • Não comer escrevendo, vendo TV, digitando ou falando, a hora da refeição deve ser respeitada.
  • Preste atenção no que você come, quando come e o QUANTO come!
  • Procuramos muitas vezes fórmulas mágicas para resolver problemas, mas a magia está sempre conosco vem de dentro para fora.
  • Observação, Autoconhecimento te levam ao Autocuidado!
  • Muitas vezes tratamos nosso estômago como um grande LIXÃO !!!
  • Toda AÇÃO traz uma REAÇÃO, esse é um princípio básico da vida e da medicina integrativa.

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