Saúde Integrativa

Volta às aulas e Pandemia

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“O papel das crianças na pandemia ainda é um enigma”. Esse é o título de um estudo publicado na Science vol.368, edição 6491 em 08 de maio de 2020, que traz em discussão a volta às aulas. Há alguns dias países da Europa retomaram às aulas com algumas medidas como os alunos estarem sentados com um distanciamento maior uns dos outros. Mas qual a forma ideal de lidar com volta às aulas e Pandemia?

Todos sabemos que crianças são ótimas para “capturar e compartilhar” germes, e que  vírus respiratórios adoram crianças,  mas com o COVID-19 é assim? 

As  evidências que os estudos mostram até agora não são suficientes para nos dar segurança de que com o COVID-19 pode ser diferente, mas abre uma boa probabilidade que teremos que confirmar e talvez essa confirmação, ou não, seja breve, dada pelas observações dos países onde as crianças retornaram às  aulas. 

Se as crianças forem grandes disseminadoras do vírus, novos casos podem surgir em semanas nos países que reabriram suas escolas. Caso contrário, os pais e os formuladores de políticas públicas podem optar com maior tranquilidade ao retorno às aulas com algumas reformulações e mantendo cuidados de higienização. Contudo agora continuamos uns observando os outros.☺️

Diretrizes provisórias  para  a prevenção de COVID-19

Foi publicado no Chinese Journal of Epidemiology, em 09 de maio de 2020, as Diretrizes provisórias para a prevenção de COVID-19 aplicáveis às escolas primárias e secundárias, além de universidades, e que considerei interessantes.

  • Os alunos devem evitar transportes públicos, na necessidade de transporte público levar máscara sobressalente e sentar em local ventilado, evitar contato menor de 1 metro no interior do transporte.
  • Lavar as mãos ao sair do veículo e evitar tocar em “bens públicos”. 
  • Evitar contato das mãos em rosto. 
  • Sintomas respiratórios tipo resfriado e gastrointestinais devem sempre ser questionados nas escolas e na presença dos mesmos, alunos e professores devem ser encaminhados a serviço médico. 
  • Automonitoramento nas instituições e nas famílias é importante!
  • Crianças que apresentarem sintomas acima citados não devem ser admitidas na escola. É importante o comprometimento das famílias. 
  • As áreas de alimentação devem ser devidamente higienizadas antes e depois do uso, todos devem manter o distanciamento. 
  • Apoio psicológico e abordagens claras sobre as medidas devem ser elaboradas.
  • As janelas das salas devem ser mantidas abertas por pelo menos 3x ao dia por 30 minutos cada,
  • A higienização deve ser sempre reforçada em mãos e locais de permanência 
  • Aulas ao ar livre mantendo distanciamento e higienização podem ser estimuladas.
  • Estudantes, professores, colaboradores e pais devem ter um trabalho conjunto de conscientização sobre higienização e sintomas suspeitos.

Os benefícios para a volta às aulas são claros no sentido de educação, saúde física e mental das crianças,  se é que podemos separar (física/mental).

Meu dia a dia como mãe e médica  em quarentena me mostra claramente o quanto as crianças se tornam mais ansiosas, comem mais desnecessariamente, “a fome de algo que não é o alimento” e nem estou computando aqui a exposição maior aos aparelhos eletrônicos, até mesmo por conta de aulas online.

Tenho duas crianças em casa e claramente tenho muito mais receio de um prolongamento da quarentena para eles do que da volta às aulas.

Minha preocupação como médica é muito mais com o pós pandemia, do que com a pandemia nesse momento, acredito que a quarentena foi muito importante. Nós paramos e observamos, aprendemos algumas coisas e possibilitou o preparo de outras para nossa segurança. Mas agora precisamos ser novamente racionais, observar nossas particularidades e possibilidades, sem esquecer o todo. O país precisa voltar a funcionar economicamente ou teremos muito mais mortes e doenças “anônimas” sem o destaque COVID-19 que poderemos imaginar.

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O que você precisa saber sobre câncer de intestino

Estudo há mais de 20 anos saúde e doença com foco em prevenção e vejo um abismo, caso  não estejamos  atentos ao que tem acontecido para ter a chance de realizar escolhas  racionais.

Aproveitar o espaço escolar para discutir medos, mitos e verdades sobre a pandemia pode ser muito saudável para que todos retomem suas vidas aos poucos. Para isso os profissionais de educação devem estar preparados.

Nosso  país apresenta uma diversidade grande em muita coisa, inclusive no setor educação dificultando uma medida uniforme de volta às aulas. Escolas particulares com menor número de alunos por classe e espaço físico externo saem na frente para adaptações necessárias na pandemia.

A escola é e deverá continuar sendo um espaço de aprendizado e crescimento e essa pode ser uma oportunidade para discutir deveres, obrigações, respeito ao próximo, compaixão, autoconhecimento, gerenciamento de estresse, limites e possibilidades, além de matérias curriculares normais.

 

O que você precisa saber sobre câncer de intestino

O que você precisa saber sobre câncer de intestino 4501 4501 Flávia Reis

Em fevereiro deste ano, o Instituto Nacional do Câncer  (INCA) apresentou uma estimativa de tumores malignos para  2020 e os números são assustadores. “Estimam-se para cada ano do triênio (2020-2022) são esperados cerca de 20.520 casos de Câncer de Cólon e Reto em homens e 20.470 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 19,63 casos novos a cada 100 mil homens e 19,03 para cada 100 mil mulheres”.

O Câncer de Pele Não Melanoma será o mais incidente, seguido pelo de Câncer de Próstata em homens. Já para mulheres o Câncer de Mama atinge a incidência número um.

A vigilância desses tumores é muito importante e saber com que eles se relacionam em probabilidade causal também.

Causas do Câncer de Intestino

O Câncer de Intestino tem relação causal com fatores genéticos, Doença Inflamatória Intestinal (Retocolite e Doença de Crohn), fatores ambientais e, principalmente, estilo de vida:

  • Consumo de bebida alcoólica 
  • Baixa ingestão de frutas e vegetais
  • Alto consumo de carne vermelha e alimentos processados
  • Obesidade
  • Tabagismo
  • Sedentarismo

Fique atento ao seu estilo de vida e quais as escolhas você tem realizado!

A Colonoscopia é considerada um exame de prevenção relacionado ao Câncer de Intestino, pois é a forma de identificar qualquer alteração antes até de se tornar um tumor maligno.

É recomendado que após os 45 anos de idade se realize a Colonoscopia. E dependendo do seu resultado, um novo exame a cada 5 anos ou menos, em caso de algum achado no exame realizado.

Procure seu médico!

Em histórico familiar de Câncer de Intestino diagnosticado com menor idade esse protocolo muda, assim como nos casos de presença de Doença Inflamatória Intestinal, Poliposes familiares ou história pessoal de outros tumores prévios.

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Alerta: você sabe com quem se consulta?

A dieta rica em fibras, legumes, frutas e verduras, sem processados e industrializados tem se mostrado uma boa opção quando se pensa em Câncer de Intestino. Outro grande aliado tem sido a atividade física.

Sinais de alerta:

  • Anemia a esclarecer
  • Alteração de hábito intestinal
  • Sangramento visível nas fezes

Mas não espere esses sinais, caso você tenha ou conheça alguém com mais de 45-50 anos de idade que nunca realizou exame de Colonoscopia ALERTE ao risco.

Novidades sobre o tema

  • Colonoscopia Virtual

Utilizando imagens de tomografia computadorizada para avaliação do cólon é possível a reconstrução tridimensional do órgão obtendo imagens semelhantes ao exame convencional de visualização direta. Ela dura em torno de 15 minutos, não havendo a necessidade de sedação e com maior conforto. É a tecnologia a serviço da medicina!

  • Vacina

Outra grande novidade, ainda em estudo, mas com avaliações promissoras é a vacina Ad5-GUCY2C-PADRE sendo estudada para quem tem diagnóstico de Câncer Colorretal com a expectativa de uma imunidade antitumoral.

Esse parece ser o futuro, não tão distante em termos de tratamento e diagnóstico no tumor colorretal.