Nutrição

Entenda Imunidade e Prevenção em COVID-19

Entenda Imunidade e Prevenção em COVID-19 1080 1080 draluciane

Considerando o que temos falado em termos de prevenção em saúde e enfatizando a busca de medidas preventivas para uma melhor resposta perante “inimigos como vírus” aqui se inclui o COVID-19 – nosso inimigo em destaque  atual – pretendo introduzir conceitos básicos de imunidade para que todos possam entender melhor quando falo da importância de estar imunologicamente competente e os fatores que temos comprovação científica para ajudar essa competência, assim como do outro lado, os que deprimem essa competência.

Ao sistema imunológico é dado a função de combater as agressões ao organismo mantendo o mesmo em equilíbrio (saúde) para isso esse sistema utiliza uma rede de órgãos,  células e moléculas. 

A imunidade pode ser inata ou adquirida.

Imunidade inata, pois nascemos com ela sendo representada por barreiras físicas,  químicas e biológicas presente em todos os indivíduos independente de contato prévio a qualquer agressor, não se alterando qualitativamente ou quantitativamente em relação ao mesmo.

Em contraposição a imunidade adquirida é dada após o contato com o agressor, depende da ativação de células especializadas (linfócitos) e moléculas solúveis por eles produzidas.

Aqui temos especificidade com diversidade de reconhecimento, memória,  especialização de resposta, autolimitação e tolerância a componentes do próprio organismo.

LEIA TAMBÉM:
COVIDBOOK: Cartilha gratuita orienta crianças sobre o Novo Corona Vírus
O Fígado na Medicina Ocidental x Medicina Oriental
Hepatite Autoimune e sua relação com Cirrose
Alerta: você sabe com quem se consulta?

Esse tipo de imunidade ainda se divide em humoral dada pela produção de anticorpos considerado o principal mecanismo de defesa contra microorganismos agressores, tendo a capacidade de reconhecimento do agressor (antígeno) neutralizando a infecção e eliminando o antígeno.

No entanto, quando este penetra na célula fica inacessível aos anticorpos circulantes, então a ação passa a ser da imunidade celular onde linfócitos tipo T eliminam a infecção por morte da célula infectada juntamente ao agressor.

Essa imunidade adquirida ainda pode ser ativa ou passiva. Ativa quando somos expostos ao antígeno e produzimos a defesa. Ela é passiva quando a defesa nos é dada, como no caso da maioria das vacinas, onde somos imunizados.

No caso do COVID-19, estudos caminham para oferecer essa imunização, mas até lá podemos agir fortalecendo ou no mínimo não “atrapalhando” nossa imunidade.

Sobre estratégias cientificamente comprovadas para esse fim é que temos discutido em nossos posts, fique ligado nas dicas!

Comer ou não comer? Vivendo com gastrite

Comer ou não comer? Vivendo com gastrite 7000 4373 Dra. Luciane Cardoso Notificação

 

Essa é uma pergunta muito comum no meu consultório quando o assunto é gastrite:

O que eu devo ou não comer?

Ao longo do tempo as questões de dieta mudaram, não era incomum o médico e o nutricionista  entregarem uma lista de restrições alimentares para gastrite, onde muitas vezes estava excluindo alimentos importantes nutricionalmente e com importância cultural para o paciente. Essa abordagem é diferente atualmente! Felizmente se percebeu a individualidade de cada um, o que eu pessoalmente valorizo muito.  

Por outro lado, infelizmente,  a qualidade de nossa alimentação piorou exponencialmente, assim como outros fatores como o tempo destinado à refeição e a mastigação que foram reduzidos, fatores esses de grande importância na gênese de patologias digestivas.

Enfim, para saber o que comer ou não comer relacionado a uma patologia, devemos ter consciência do que estamos falando. Nesse caso, a gastrite.

Mas o que é gastrite?

Gastrite é um processo inflamatório da mucosa gástrica em resposta a diferentes estímulos, resultando em sinais e sintomas. São estímulos para essa inflamação, infecções, sendo a bactéria H. pylori muito relacionada, além de outras inúmeras agressões.

Tendo consciência de que gastrite é uma inflamação e que o estômago é o órgão envolvido, nos dá mais entendimento que alimentos multi processados, ricos em conservantes e aromatizantes não são bem vindos.

Sabe aqueles alimentos que você deixa na geladeira por meses e ele nunca estraga? Certamente não farão bem a seu estômago como, por exemplo, margarinas, queijos processados, etc.

Alimentos salgados, defumados e em conservas (ricos em sal, nitrito e compostos N-nitroso) estão associados a gastrite e ao risco aumentado de câncer de estômago. Aqui se encontram os molhos como o de soja (shoyu).

Agora a parte que eu mais gosto : falar do que devemos preferir comer! Estudos mostram que o alto consumo de frutas frescas e vegetais crus com boa concentração de antioxidantes são protetores do estômago.

Daí sai uma dica:

Coma um prato de salada com folhas e frutas picadas antes do prato principal, mastigando bem por várias vezes (como gostamos de números, o ideal seriam pelo menos 30 mastigações eficientes).

Flavonóides encontrados nos feijões, legumes e frutas estão relacionados a melhora de gastrites com o envolvimento do álcool e anti inflamatórios em sua gênese.

Mais uma dica:

Os feijões (carioquinha, marrom, preto, etc) lentilha, ervilha, grão de bico são bem vindos.

Alimentos com pH ácido parece levar a uma diminuição do pH do conteúdo gástrico estando associado a uma dieta hipoglicídica e com baixo nível de carboidrato simples.

Outra dica:

Comer laranja, abacaxi, maracujá, maçã, acerola enfim frutas cítricas podem ser muito bem vindas se você não tiver intolerância a elas. Contudo, devemos evitar os açúcares e dar preferência aos alimentos integrais bem cozidos.

As principais orientações, no entanto, sobre o que devo ou não comer relacionada a gastrite são:

  • Auto-observação e autoconhecimento para avaliar o que te faz bem ou não, seu corpo fala e você ouve, mas na maioria das vezes esquecemos.
  • Mastigar muito os alimentos antes de engolir, é a primeira fase da digestão, se começa errado, termina errado!
  • Não comer escrevendo, vendo TV, digitando ou falando, a hora da refeição deve ser respeitada.
  • Preste atenção no que você come, quando come e o QUANTO come!
  • Procuramos muitas vezes fórmulas mágicas para resolver problemas, mas a magia está sempre conosco vem de dentro para fora.
  • Observação, Autoconhecimento te levam ao Autocuidado!
  • Muitas vezes tratamos nosso estômago como um grande LIXÃO !!!
  • Toda AÇÃO traz uma REAÇÃO, esse é um princípio básico da vida e da medicina integrativa.

Continue acompanhando nossos conteúdos educativos aqui no blog e nas redes sociais: clique >> @dra.luciane_cardoso  << e confira mais dicas no Instagram!

Leia também:
Você pode ter uma deficiência nutricional e desconhecer!

Você pode ter uma deficiência nutricional e desconhecer!

Você pode ter uma deficiência nutricional e desconhecer! 6500 4332 Flávia Reis

Deficiência  nutricional ocorre quando não temos disponível no organismo a quantidade necessária de nutrientes para que o funcionamento adequado de todos os órgãos e tecidos ocorram. Os nutrientes são divididos em macronutrientes (proteínas, carboidratos e gorduras) e micronutrientes (vitaminas e minerais). 

Assim todos os nutrientes devem estar disponíveis em quantidades necessárias e adequadas, ou seja, nem a menos nem a mais segundo a individualidade de estilo de vida de cada pessoa. Temos diferentes fontes de alimentos ricos em cada um desses nutrientes, mas em algumas situações de demandas ou perdas, necessitamos das suplementações.

Como identificar uma deficiência nutricional?

A deficiência nutricional pode acontecer em todas as fases da vida da infância até  a senectude. Não é apenas a restrição na ingestão de nutrientes como muitos imaginam que vão causar essas deficiências. No entanto, a deficiência da ingestão é muito comum.

Na mulher adulta, por exemplo, uma causa não incomum de deficiência nutricional é dada por fraturas sem trauma que justifique, muitas vezes acompanhada de alteração do ciclo menstrual.

Essas alterações são comuns em mulheres atletas com orientação nutricional inadequada e nas não atletas em uso de dietas com grande restrição calórica, o que gera uma alteração  hormonal e de massa óssea, ou seja, fragilidade óssea, além de infecções de repetição e emagrecimento excessivo.

Na anorexia, quando existe uma rígida e insuficiente dieta alimentar e na bulimia, onde a ingestão é grande, seguida de métodos compensatórios como o vômito ou uso de laxativos, esses distúrbios também são comuns.

Jejum prolongado em mulheres também é um risco para o desequilíbrio ingestão calórica, hormônios e densidade óssea.

LEIA TAMBÉM:
Dietas da moda emagrecem?

Unhas quebradiças, descamando, cabelos opacos e quebradiços é outro sinal comum de distúrbio nutricional, dessa vez, de micronutrientes e muito comum na mulher, principalmente na mulher moderna com carga de estresse maior promovendo maior depleção desses nutrientes.

Vou citar a sarcopenia aqui apesar de não considerar uma deficiência nutricional, mas um ajuste importante nutricional e de educação física ao longo da vida. A sarcopenia é um termo relacionado ao processo de remodelação de massa magra e massa gorda ao longo da vida.

deficiência nutricional aos 40 anos

Deficiências nutricionais após os 40 anos

Com o envelhecimento tendemos a mobilizar massa gorda especialmente na cavidade  abdominal e perda de massa muscular, inclusive com infiltração gordurosa dessa massa, levando a redução de força muscular e potência do músculo influenciando na autonomia, bem estar e qualidade de vida do idoso.

A partir dos 40 anos é importante avaliação e acompanhamento preventivo com medidas a retardar essa alteração metabólica.

Como citado anteriormente os distúrbios nutricionais não são apenas por ingestão inadequada, mas podem ser também por absorção inadequada.

Aqui temos uma grande dica: sem um intestino saudável certamente os distúrbios nutricionais estarão presentes.

Sem um sistema digestório que funcione corretamente não teremos micronutrientes disponíveis mesmo que sejam consumidos de forma correta ou suplementados de forma adequada.

Drogas como o álcool e alguns fármacos de uso crônico também depletam micronutrientes devendo ser ajustados na dieta e na maioria das vezes também suplementados. Drogas farmacológicas comuns com efeitos assim são os diuréticos e estatinas.

Um prato nutricionalmente adequado

Falar de distúrbio nutricional vai muito além de falar do que se come ou não, mas é importante sempre como passo inicial em saúde uma alimentação equilibrada em porções e colorida naturalmente. Um prato equilibrado nutricionalmente deve ter 5 cores diferentes, onde legumes e verduras são essenciais. A hidratação deve ser considerada como fundamental também. 

Mas ratifico que nutrição e cuidados de saúde são individualizados, assim como deficiências nutricionais são muito mais comuns do que imaginamos!

Assine nossa Newsletter e entre para a lista VIP! Receba conteúdos e notícias sobre gastroenterologia, emagrecimento, saúde integrativa e mais. Cadastre-se AQUI!