Microbiota intestinal está relacionada a uma série de comorbidades, de ansiedade à depressão, passando por condições de humor e condições imunológicas como alergias, favorecimento a obesidade, entre inúmeras outras situações patológicas citadas abaixo.
Hoje, a ideia é falar de prevenção. É possível modular a microbiota de um bebê para que ela seja um adulto mais saudável? Sim, é o que demonstram inúmeros estudos e o artigo citado, que foi publicado na Revista Científica de Genômica, Proteômica e Bioinformática.
Estudos mostram que a microbiota, assim como tudo do bebê, tem início da sua formação na gestação e assim sendo, os fatores de influência são:
- O parto.
- A alimentação e modulação da microbiota da mãe o mais precoce possível durante a gestação.
- A alimentação do bebê após o nascimento.
- A idade gestacional ao nascer.
- A localização geográfica.
- O estilo de vida familiar.
- A genética do hospedeiro.
- E o uso de antibióticos.
Em relação ao parto:
- Por via vaginal tem uma exposição a microbiota vaginal materna que se prepara para uma população microbiana adequada ao bebê. Na primeira semana após nascimento é observada uma dominância de Actinobactérias, principalmente do gênero Bifidobacterium nesses bebês.
- Por cesariana a exposição é dominada por micro-organismos da pele da mãe, do ambiente hospitalar e equipe hospitalar. Nas primeiras semanas são observados nesses bebês a predominância de Firmicutes.
Essa relação de predominância parece ser mantida ao longa da vida desses bebês.
Firmicutes em predomínio são relacionados a obesidade e a síndrome metabólica.
Em relação a alimentação, estudos mostram que crianças amamentadas exclusivamente de leite materno possuem predominância de lactobacilos e bifidobactérias e menos patógenos comparados a crianças alimentadas por fórmulas. O leite materno é considerado um potente pré-biótico natural.
Com a entrada dos alimentos sólidos vão se diversificando essas cepas e a transição parece levar de 3 a 5 anos com mudanças máximas na abundância relativa de grupos taxonômicos ocorrendo nesse período, daí a grande importância de uma alimentação saudável para crianças dessa faixa etária, além dos hábitos e estilo de vida dos pais desde a gestação.
Asma e atopia tem relação com uma microbiota patógena. Uma alimentação rica em fibras da mãe no período da gestação pode favorecer reduzindo a expressão nos pulmões fetais de certos genes ligados a asma.
Outras patologias que podem estar relacionadas com uma microbiota patógena são elas:
Eczemas, alergias alimentares, diabetes mellitus tipo I, Obesidade, Síndrome do intestino irritável, Doença inflamatória intestinal e Distúrbios neuro psiquiátricos.
Antibióticos podem ser inimigos fatais da saúde em microbiota. Já os pré-bióticos e probióticos podem ser estratégias em situações de risco, como a acima citada.
Dieta é o determinante central da microbiota intestinal!
A comida é um tipo de medicamento que mantém em equilíbrio a saúde do corpo e pode impedir ou mitigar o desenvolvimento de algumas doenças. Um bebê que nasce em uma família com essa consciência tem uma chance muito grande de ser um adulto saudável!
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